segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Fitoterapia como medicina complementar

A palavra fitoterapia é originária do grego, que significa - Tratamento (therapeia) e vegetal (Phyton), ou ainda "A terapêutica aplicada às doenças através das plantas". A fitoterapia, apesar de ser erroneamente considerada por muitos como uma terapia alternativa, no Brasil ainda não é uma especialidade médica, e faz parte do arsenal terapêutico habitualmente utilizado, basta observar o grande registro de prescrição de medicamentos a base de extratos de plantas, tais como o Ginkgo biloba (TeoboninÒ), Piper metysticum (LaitanÒ), Passiflora alata (PassalixÒ), Valeriana officinalis (ValmaneÒ), etc...
Fitoterapia compreende também, o estudo das plantas medicinais e suas aplicações na cura das doenças. Surgiu independentemente na maioria dos povos. Na
China, surgiu por volta de 3000 a.C. quando o imperador Cho-Chin-Kei descreveu as propriedades do Ginseng e da Cânfora.
Há grande quantidade de plantas medicinais, em todas as partes do mundo, utilizadas há milhares de anos para o tratamento de doenças, através de mecanismos na maioria das vezes desconhecidos. O estudo desses mecanismos e o isolamento do
princípio ativo, denominado também de fitofármaco (a substância ou conjunto delas que é responsável pelos efeitos terapêuticos), da planta é uma das principais prioridades da farmacologia e da fitoquímica.
Enquanto o
princípio ativo não é conhecido, as plantas medicinais são utilizadas de forma não padronizada, principalmente através de chás, preparações alcoólicas, ou de forma industrializada, com extrato homogêneo da planta.
Ao contrário da crença popular, o uso de plantas medicinais não é isento de risco. Além do princípio ativo terapêutico, a mesma planta pode conter outras substâncias tóxicas, a grande quantidade de substâncias diferentes pode induzir a reação alérgica, pode haver contaminação por
agrotóxicos ou por metais pesados e promover interação com outras medicações, levando a danos à saúde e até predisposição a câncer, como acontece com plantas ricas em antraquinonas, que em altas doses provoca pseudomelanoma.
Além disso, todo princípio ativo terapêutico é benéfico dentro de um intervalo de segurança, baseado na sua concentração - abaixo dessa quantidade, é inócuo e acima disso passa a ser tóxico. A variação de concentração do princípio ativo em chás pode ser muito grande, tornando praticamente impossível atingir a faixa terapêutica com segurança em algumas plantas em que essa faixa é mais estreita. Na forma industrializada, o risco de contaminações pode ser reduzida através do controle de qualidade da matéria prima, mas mesmo assim a variação na concentração do princípio ativo em cápsulas pode variar até 100%.
À medida em que os
princípios ativos, são descobertos, os mesmos são isolados, refinados de modo a eliminar agentes tóxicos e contaminações e as doses terapêutica e tóxica são bem estabelecidas, de modo a determinar de forma precisa a faixa terapêutica e as interações desse fármaco com os demais.
No entanto, o isolamento e purificação de princípios ativos também não é isento de riscos. Primeiro porque pretende substituir o conhecimento popular tradicional e livre, testado há milênios, por resultados provindos de algumas pesquisas analítico-científicas que muitas vezes são antagônicas. Segundo, porque a simples idéia de extrair princípios ativos despreza os muitos outros elementos existentes na planta que, em estado natural, mantêm suas exatas proporções. Assim sendo, o uso de fitoterápicos de laboratório poderia introduzir novos
efeitos colaterais ou adversos inesperados, devidos à ausência de sinergia (sinergismo) ou antagonismo parcial entre mais de um princípio ativo que apenas seriam encontrados na planta. Portanto, o assunto fitoterapia é interessante de ser discutido, mas deve ser defendida a sua introdução no Sistema Único de Saúde, como terapêutica complementar, nos estados e municípios que ainda não foi.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

O açaí como alimento funcional

O binômio dieta-saúde representa um novo paradigma no estudo dos alimentos. Neste contexto, surge a compreensão de que a alimentação adequada exerce um papel além do que fornecer energia e nutrientes essenciais, enfatizando também a importância dos constituintes não-nutrientes, que em associação, são identificados pela promoção de efeitos fisiológicos benéficos, podendo prevenir ou retardar doenças tais como as cardiovasculares, câncer, infecções intestinais, obesidade, dentre outras. Deste modo, os alimentos que contém estas propriedades são denominados alimentos funcionais, nutracêuticos (quando colocados numa forma farmacêutica), alimentos planejados e outros sinônimos correlatos. Entretanto, o termo que melhor se adequa à categoria de alimentos fisiologicamente ativos é alimentos funcionais, considerando que "cêutico" recorda medicamentos e "planejados" sugere artificial ou sintético.
O conceito de alimentos funcionais é amplo, e defende a suposição de que a dieta pode controlar e modular as variadas funções orgânicas, contribuindo para a manutenção da saúde e reduzindo o risco de acometimentos por morbidades. Atualmente, o efeito funcional de um alimento abrange não somente aqueles que, além do enfoque nutricional, exercem ações promotoras para o bom funcionamento do organismo, mas qualquer alimento ou ingredientes alimentares benéficos para o funcionamento orgânico.
A literatura referencia alguns critérios estabelecidos para determinação de um alimento funcional, tais como: exercer ação metabólica ou fisiológica que contribua
para a saúde física e para a diminuição de morbidades crônicas; integrar a alimentação usual; os efeitos positivos devem ser obtidos em quantidades não tóxicas, perdurando mesmo após suspensão de sua ingestão; e, por fim, os alimentos funcionais não são destinados ao tratamento ou cura das doenças.
O açaí, cujo nome científico é Euterpe oleracea, vem despertando muito interesse nos pesquisadores da área de alimentos funcionais de todo mundo, pois os frutos desta espécie vegetal é rico em compostos naturais que possuem atividade antioxidante, tais como antocianidinas e ácidos graxos omega-6. Estudo recente de um grupo de farmacologistas da Universidade Federal do Ceará, intitulado “Endothelium-dependent vasodilator effect of Euterpe oleracea Mart. (Açaí) extracts in mesenteric vascular bed of the rat”, publicado no periódico cientifico “Vascular Pharmacology” (v. 46, p. 97-104, 2007), demonstrou que o suco de açaí provoca vasodilatação dependente do endotélio, o que tanto se quer com os novos medicamentos vasodilatadores, mas questiona-se: Porque encontram-se tantos ribeirinhos com hipertensão arterial? Este fato pode ser explicado pelo alto consumo de alimentos associados ao açaí como peixe, camarão e caças salgados. O alto consumo de cloreto de sódio pode desencadear distúrbios arteriais levando a um estado hipertensivo.
Pelos efeitos benéficos do açaí, um grupo especializado no comércio de alimentos naturais, o SunOpta, irá distribuir a polpa de açaí orgânico para empresas alimentícias norte-americanas. Esta iniciativa acompanha a crescente popularidade do açaí, usado em bebidas e alimentos com a imagem de produtos saudáveis.
Espera-se uma receita bruta de 1 a 1,5 milhão de dólares no primeiro ano de venda, segundo opinião de Jeremy Kendall, presidente do grupo canadense.
O açaí é obtido do estado do Amazonas, e tem sua polpa rapidamente congelada para manter suas propriedades nutricionais. A fruta dessa região, contém uma concentração muito alta de antocianinas, proteínas, fibras e ácidos graxos omega-6 e omega-9.
A empresa alega manter benefícios para as famílias locais da região amazônica bem como ajudar na manutenção da biodiversidade da floresta amazônica.

Mais um novo medicamento para obesidade é introduzido na terapêutica

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que regulamenta a introdução de novos medicamentos no mercado farmacêutico no Brasil, aprovou, em maio de 2007, o medicamento rimonabant, para tratamento da obesidade e síndrome metabólica. O medicamento, cujo nome comercial é Acomplia®, já é vendido na Europa e Estados Unidos. Como age no combate à gordura abdominal, a substância ficou conhecida como "pílula antibarriga" e desperta ansiedade, nos que lutam contra a balança. O produto ainda não chegou ao mercado brasileiro.
Acomplia® é um medicamento que está disponível online e foi clinicamente comprovado eficiente em reduzir o peso. Acomplia® é a primeira droga que atua nos fatores que comandam o apetite, o metabolismo e o uso energético. Entretanto, faz-se necessário a manutenção de uma dieta saudável e exercícios ao mesmo tempo para que tenha efeito.
Além de combater a gordura, o remédio - que foi aprovado na Europa em junho do ano passado - terá como controlar outros fatores de risco associados à obesidade, como o mau colesterol (LDL) e triglicerídeos.
Rimonabant é o ingrediente ativo em Acomplia® que atua bloqueando os receptores específicos no cérebro. Os receptores CB1 são partes do sistema endocanabinóide. Este sistema regula o apetite e afeta assim o acúmulo e o equilíbrio de calorias, o metabolismo, a glicose, de lipídios e o peso corporal. Pacientes que querem usar Acomplia® terão resultado mais rápidos do que o normal.
A gordura abdominal, também conhecida como "barriga de chope", representa um risco à saúde. Na região da cintura, ela significa mais chances de doenças cardíacas. O fabricante do remédio, o laboratório Sanofi Aventis alerta que a substância está indicada apenas para pessoas obesas, com índice de massa corpórea (IMC) maior ou igual a 30, ou pacientes com sobrepeso (IMC maior do que 27) e fatores de risco associados, como diabetes tipo 2 e/ou dislipidemia.
Um estudo publicado no ano passado pela revista cientifica "The Lancet" mostrou que a dose diária de 20 mg do medicamento levou a resultados expressivos em termos da redução dos níveis de colesterol e triglicerídeos dos pacientes, que tiveram também reduzidos a circunferência do abdome e o peso corporal.
Apesar de todo o beneficio que este novo medicamento traz, mas deve-se ter cautela em relação ao uso. Está contra-indicado nas seguintes situações: quando há histórico de problemas renais, de problemas psiquiátricos sérios como depressão profunda, de problemas cardiovascular (infarto do miocárdio, derrames, etc.) em menos de 6 meses, está amamentando e está grávida. E o médico tem que observar se há um histórico condicional moderado renal, idade acima de 75 anos, o histórico de epilepsia, se está usando algum potente inibidor da CYP3A4 (Ex.: cetoconazol, itraconazol, ritonavir, telitromicina, claritromicina, nefazodona) e problemas hereditários de intolerância a galactose .
Nos ensaios de avaliação da eficácia e tolerância do Acomplia® foram observados os seguintes efeitos colaterais: Infecções (Infecção do aparelho respiratório superior, gastrite), alterações no humor, tontura e perda de memória, náusea, diarréia, vômitos, transpiração, desordens na pele, tendinite, espasmos musculares, fadiga, gripe, sintomas de pânico, ira, desordem emocional, letargia, soluços, e suores nortunos. Portanto, cuidado.